Toda vida gostei de gente que não gostava de ninguém.
E como a gente sempre acha que não pode viver sem aquele que ama (por mais que ele seja um imbecil) e como a gente sempre acha que se tiver mais um tempo ele vai se apaixonar e tudo vai ficar bem, eu aprendi a fingir que também não gostava.
Não que alguém acreditasse, a começar por mim, mas eu aprendi a escolher as palavras que expressariam o prazer das companhias sem jamais expressar qualquer desejo de amanhã. Aprendi a demonstrar o deleite e nunca o amor.
Tudo mentira.
Mas aprendi e tão bem a esconder os sentimentos pra não desmoronar o sonho antes da hora, que desaprendi a mostrar.
Hoje tenho na vida alguém que diz que me quer dia e noite. Que tem saudades, que sonha comigo. Hoje parece que não importa o quanto eu diga nunca será demais.
Talvez nem o bastante...
... mas eu ainda escolho as palavras. Eu ainda tenho medo de demonstrar carinho demais e por pra correr um novo sonho.
Hoje eu acredito que ele saberá esperar que esse nó se desfaça ou saberá desatá-lo mas eu ainda respiro fundo muitas vezes antes de cada palavra. Eu ainda espero ansiosa por cada resposta e o meu peito inda se inunda de paixão e medo.
Eu não me pergunto se irei perdê-lo por isso. Eu creio mesmo que este sim saberá me cuidar.
Mas eu me pergunto se todas as pessoas que me machucaram todos esses anos tem a mínima idéia do estrago que fizeram.
Um comentário:
amar dá medo mesmo... e eu to morrendo de curiosidade...
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