Comecei a me sentir incoerente... então senti necessidade de por tudo o que estava dentro pra fora, pra olhar de longe e tentar entender como funciona...

sábado, 14 de abril de 2018

Sobre politica.

Eu tenho pensado muito sobre política nos últimos tempos, porque são tempos sombrios e pensar política e fazer política se faz necessário. Aliás... confesso: tenho pensado muito, falado muito, estudado menos que o necessário e feito quase nada. Não apresentarei desculpas. Todos teríamos desculpas e não é o caso de fazer uma competição "quem está mais enrolado". Não tenho feito apesar de entender que é necessário. Deixo-os com essa simples constatação e sigo adiante.

Tendo discutido política, pensado política e replicado notícias, vídeos e memes de cunho político alguns pontos me incomodam e eu começo a compreender por quê, por isso decidi escrever.

A primeira coisa que me incomoda são os memes de esquerda perguntando porque a direita não cobra a prisão dos políticos do PSDB. Gente, é uma pergunta infantil. As pessoas que foram bater panela não vão bater panela e a gente sabe porque, então se a gente continua perguntando é só pra irritar o povo, ninguém tá tentando questionar o posicionamento político de ninguém com isso. O fato é que grandes manifestações populares não são espontâneas. Nunca foram. Nem em 2013. E no "Fora Dilma", quando o MBL tentou vender essa ideia pro pessoal de direita e desavisados em geral, nós, da esquerda, sempre soubemos, desde o primeiro instante, que tinha dinheiro e partido político correndo por trás pra por aquilo de pé. Então não sejamos hipócritas: os amarelinhos foram protestar na Paulista porque foram chamados a protestar na Paulista e os paneleiros bateram panela porque foram chamados a bater panela, porque ouviram a panela no vizinho e nenhum deles vai participar de uma manifestação coletiva contra a juíza que tirou o Alckimin da LavaJato pra livrar o Moro dessa saia justa, a não ser que alguém chame e organize isso.

 Mesmo a gente, quando se manifesta, se manifesta porque alguém organizou, alguém chamou o povo pra Paulista quando a Marielle morreu. Alguém chamou os atos contra o golpe e alguém chamou o povo pra ir a São Bernardo defender o Lula. A gente sabe disso. A gente chega no protesto tem ônibus, tem bandeira, tem carro de som e isso tudo tem custo. Alguma entidade da sociedade civil organizada dedicou dinheiro e tempo pra organizar isso. Então a pergunta é: a gente vai sair na rua pra reclamar da transferência do Alckmin ou vai ficar só reclamando dos paneleiros? Se vai, a gente precisa começar a combinar isso logo. Se já tem gente combinando, me convida que eu quero ir.

Tomando o gancho do "a gente tem que fazer", eu passei algum tempo entrando nas páginas do pessoal que reclamava que "ninguém protesta pela policial", quando a policial catarinense Caroline Pletsch morreu num assalto em Natal, pra explicar que pra ter protesto alguém tem que chamar, então, se você acha que ela merece um protesto, chama aí.

Alguns dias depois tava eu com a minha mãe conversando sobre a corja que não larga o osso do poder e a conclusão parece ser essa: não dá pra contar com elite política nenhuma pra fazer as coisas direito (nem com judiciário, nem com polícia, nem com exército). A gente é que tem que fazer. Pensa só, todo mundo puto com o PT por causa do mensalão, mas olha o outro lado disso: a única época em que o congresso votou coisas que beneficiaram a população de alguma forma, foi quando teve suborno. Durante o período da Dilma eles boicotaram tudo o que dava pra boicotar e agora, com Temer, só votam pra ferrar a gente. Ou seja, não dá pra confiar em quem já é político. A gente precisa invadir a política. Tomar o governo na nossa mão (eu ainda tô defendendo a via democrática, ok?) e fazer política no diálogo com a sociedade. Toda ela.

Não. Eu não vou me candidatar (talvez mais pra frente). Penso em me filiar e gostaria de ouvir relatos.
A curto prazo, entendo que a gente tem que olhar pra quem é novo na política, pra quem tá chegando e ainda não tá perdido no sistema. E, claro... tem sim uns antigos com quem a gente tem muito o que aprender. Eu ponho a Erundina nessa conta. E a Dilma, a gente tb tem muito o que aprender com ela. E você, poe quem?