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as aulas de direção estão me transformando numa pedestre mais consciente:

é difícil perceber tudo ao mesmo tempo: os carro da direita, os carros da esquerda, que entra da transversal, os pedestres, os buracos, as caçambas...

e não importa o que digam as pessoas, a moral e o meu senso de ética:

os outros carros são sempre mais assustadores!

só falta aprender a dirigir.

Fragmentos dos diálogos dos últimos dias:

"Mas você tem tanto medo assim?

Medo? Não. Eu só não lembro de que lado do freio fica a embreagem..."

"Você não dirige há muito tempo?

Dez anos. Dei a voltinha no quarteirão pra tirar a carta, peguei o carro mais umas duas vezes, e parei por aí..."

"Como assim aprender? Você não tem carta?

Tenho! Desde 1999. Quem disse que precisa saber dirigir pra ter carta? Só precisa saber dar a volta no quarteirão!"

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e agora josé?

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dia desses um aluno de seis anos disse que o diabo ia vir me pegar.

ele tinha me pedido pra consertar o zíper da sua mochila, e acontece que eu tentei, mas não deu certo. disse que ele teria que pedir ao seu pai quando chegasse em casa.

ele ficou revoltado. disse que não passaria a vergonha de andar na rua com a mochila quebrada e que o diabo ia vir me pegar.

fiquei pensando de onde ele tirou essas todas...

essa ameaça de diabo,

esse medo de passar vergonha,

essa minha obrigação de consertar mochila (eu lá sei fazer isso!)

e no meio do tumulto, pensei em quanto ele ainda depende dos adultos,

quanto se sente impotente quando não é atendido

e em quanto essa impotência se mostra na forma de prepotência.

No fim das contas é só um menino...

que briga com os colegas e faz desenhos lindos.

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se de leve não batesse a tristeza eu nem chamava de solidão. chamava só de pausa. pausa na vida, no tempo, nas pessoas. inda botava uma plaquinha: fui lá dentro de mim e já volto.

voltei.