Comecei a me sentir incoerente... então senti necessidade de por tudo o que estava dentro pra fora, pra olhar de longe e tentar entender como funciona...

quinta-feira, 31 de março de 2011

Pra galera do "mal, não faz..."

Hoje recebi um e-mail absurdo. Uma daquelas correntes estúpidas dizendo que a microsoft vai pagar pra você repassar pra todo mundo...

Caralho! Alguém ainda crê nessa baboseira? Pensei. Mas o que me irritou, de verdade, não foi a corrente em si ou a eterna inocência (ou burrice) do internauta. Me tirou do sério, de fato, o comentário que chegou junto: "Na dúvida, vale a tentativa"

Não. Não vale a tentativa. Eu acredito tanto nisso que quem me conhece pensa duas vezes antes de me mandar essas coisas: eu respondo. Respondo "de boa", como dizem os meninos lá na escola. Pesquiso e devolvo o e-mail pra todo mundo desvendando a mentira toda. Inda mando o link do site que explica como e porque isso não pode ser verdade.

Dia desses recebi um sobre uma menina de 10 meses que tinha um câncer no cérebro que se chamava "Se você deletar isso não tem coração!" Tinha até fotos. Pois não deletei. Achei a resposta no e-farsas.com - http://www.e-farsas.com/artigo.php?id=22 - e mandei de volta.

Veja bem: alguém usou as fotos de um bebê doente de verdade pra sacanear os outros na internet. E aí? Quem não tem coração? Um monte de gente repassou as imagens, expôs as fotos da menininha pra sabe lá quantas pessoas no mundo sem se preocupar sequer em verificar se era verdade a tal historia. E aí, quem é que não tem coração? E se fossem as fotos da sua filha rolando por aí?

O fato é que a maior parte das pessoas acha que estará fazendo um mal se não repassar as tais besteiras - afinal, "e se for verdade?" - e que não estará fazendo mal nenhum se repassar.

Pois lá vai:

Você já se perguntou como aquele monte de gente que te manda spam e vírus consegue seu e-mail? Pois é. Via corrente. Então vai uma dica: Email sério pede pra copiar e colar sem os endereços.

Tem mais. Sabe aquele que fala pra digitar a sua senha ao contrário se for sequestrado e levado ao caixa eletrônico? Sabe o que acontece se você fizer isso? Bloqueia o teu cartão. Sabe o que o seqüestrador faz se bloquear o seu cartão? :/

Tem outra ainda: Você sabia que tudo, mas tudo mesmo que você acessa pela internet, está salvo em algum computador em algum lugar? Pois é. As coisas não ficam flutuando por aí. Elas ocupam algum HD . E HD custa dinheiro. Ou seja, sem corrente, os custos de manutenção da rede seriam menores (infelizmente, não sei dizer quanto).

Não bastasse, sabe quando você precisa mandar um e-mail e o servidor trava? Pois é, ele funcionaria melhor se não tivesse tanto babaca mandando corrente enquanto você tenta tenta enviar um currículo.

Aliás, falando em currículo... quantas oportunidades você já perdeu pq sua caixa estava lotada e vc não recebeu o e-mail? Ou porque tinha tanto e-mail antes que você não conseguiu ler a tempo? Quantas das mensagens no meio do caminho eram correntes ou spans?

Pois é. Aí vc me pergunta: Mas e se for verdade?
E eu respondo: se você repassa qualquer merda, quando for verdade metade dos seus amigos (ou mais) nem irão ler.

E digo mais: Você não é um papagaio pra ficar repetindo sem pensar. E se se comunica via e-mail quer dizer que também não é um bebê nem um analfabeto. Portanto, LEIA A MERDA DO E-MAIL com atenção e VEJA SE FAZ SENTIDO. Jogue a primeira frase no google e descubra se é verdade. Na dúvida, mande pra UM amigo (só um) que tenha mais propriedade que você pra avaliar a situação.

O importante é: quando repassar a informação pra galera, repasse algo que você possa assinar embaixo. E date. Porque uma vez eu recebi um pedido de doação de sangue prum menino com leucemia que já tinha feito transplante há anos e tava vivendo muito feliz com a sua família. Aliás, nem era mais tão menino...

Ah... achou trabalhoso? tá sem tempo? Joga fora. Me poupe do trabalho de deletar o pedido que vc nem se deu ao trabalho de ler direito.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Das cartilhas

Há cinco anos estou da Educação Pública, há quase um na prefeitura, tendo mais contato com o fundamental I. Semana passada assisti a uma palestra na escola sobre as fases de alfabetização.

Nesse tempo foi se formando, para mim, a idéia de como funciona o tal método novo de alfabetização - importante ressaltar que não o estudei de fato, e que o presente texto é composto de "achismos" e por isso está num blog, não num artigo ou tese de mestrado - e fiquei chocada.

Chocada, é a palavra perfeita. Ocorre que o que me parece - lembrem-se, achismo - é que o método que apresentava cada letra pra criança, sua escrita e sua função como representante de um ou mais fonemas, foi substituído por um em que o coitadinho tem que ficar observando, observando, observando, com toda atenção que conseguir concentrar, até descobrir como funciona o código escrito. Caramba! Não é muito mais fácil explicar logo como faz ao invés de ficar esperando o pobrezinho inventar a roda!

Saí então perguntando à galera antiga do fund I (ex-primário) porque é que as cartilhas foram abandonadas -alguma boa razão há de ter! - e como não conseguisse resposta objetiva, fui pesquisar. Achei então um artigo de Ana Maria Moraes Scheffer, Rita de Cássia Barros de Freitas Araújo, Viviam Carvalho de Araújo, da pedagogia da Federal de Juiz de Fora/MG - que eu preciso terminar de ler - que fala dos "textos fora de contexto" presentes nas tais cartilhas.

Ok. Começa a fazer sentido. Mas deve haver algo mais.

Eu aprendi a ler com a Cartilha Pipoca com frases como "O BEBÊ BABA", que eu lembro até hoje que não me pareciam lá tão fora de contexto já que o Dani era bebê e babava mesmo. Mas eu sou exceção. Quase todo mundo que eu conheço com mais de 25 anos aprendeu com a Caminho Suave, que de tanto ouvir falar eu até fiquei curiosa e acabei achando em pdf num site bem bacana - http://espacoeducar-liza.blogspot.com/2009/02/download-da-cartilha-caminho-suave.html. Quase todo mundo mesmo, inclusive bastante gente aprendeu em casa, antes de ir pra escola. E alguns ainda a compraram - sim! ela ainda existe! - para ensinar o código escrito aos seus pimpolhos com resultados ditos satisfatórios.

A minha dúvida, enfim, é: porque abandonar um método que alfabetizou tantas gerações? Sim, porque eu juro! Eu sei escrever desde o pré. E fazia poesia lá pela segunda... terceira série. E a galera toda que fez o caminho suave também escreve até hoje! Então, por que abandonar o método? Por que não usá-lo em conjunto com outros? Pra que chamar a cartilha de "mal" como a citação de Mortatti presente no artigo já citado? Que diacho tem de tão errado com elas?

E mais. O que seria mesmo um texto com contexto pra uma criança que não encontra o hábito da leitura e da comunicação por escrito no seu contexto familiar?


domingo, 20 de março de 2011

Eu e o plano de ensino

Ufa! Terminei o diacho do plano!

Parece-me uma grande ironia, que 12 anos depois - isso mesmo, faço planejamentos a 12 anos - eu tenha pastado tanto, mas é verdade.

O fato é que fazer planos na prefeitura inclui, além de decidir pra onde e como quer ir com o grupo, adequar tudo isso ao programa e à linguagem da prefeitura, e isso me deu um trabalhão! São tantos detalhes, códigos...

Enfim, agora fica tudo mais tranqüilo. É só seguir, avaliar e, se necessário, alterar. Como sempre.

Como se fosse simples!


quinta-feira, 17 de março de 2011

relendo o arquivo do blog...

achei isso...
de muito tempo atrás...

"Contra a minha vontade, haverei de dizer-lhe "não". Ao menos uma vez é preciso, para que me certifique de que é por vontade e não por necessidade que procuro tua companhia. Se não for capaz, então que se acabe de vez essa historia, que já não há de dar certo. E não há, porque me mantendo por necessidade ao teu lado, terei sempre medo de perdê-lo como ao ar que respiro e não poderei ser feliz com medo. E porque, assim amedrontada, de forma ou outra acabarei sempre por aprisioná-lo, e não hei de te fazer feliz engaiolado."

é de 2006
pra quem não vem ao caso.

mas é engraçado:
hoje não sei se respirava se você fosse embora.
Nem por isso te amarro.
Nem por isso temo.
Nem por isso deixo de te fazer feliz.

Ou não é assim?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Do tsunami japonês

Parecia uma sopa de casinhas...
Pensei diante dos telhados flutuantes girando dentro da onda.
E eu que sempre brinquei de olhar as fotos das cidades e imaginar o que cada pessoa estaria fazendo dentro de cada casinha não pude deixar de pensar nos milhares de consciências girando em meio ao turbilhão.

Que sina essa, não? De construir pra vir a natureza e levar tudo.
E sina antiga, de um povo que não se dá por vencido.


Hoje falei com a Nadya.
Dá uma tranqüilidade extra saber que era ela lá do outro lado, respondendo que está tudo bem.
Que fique bem.
Que continue bem.
E que nos encontremos em breve.

sábado, 5 de março de 2011

O carnaval, o carnaval!

E a metrópole vestiu-se de inverno. Digo mais. De inverno russo.

Claro que não fez um frio russo, assim como não estiveram no mar os piratas que festejam essa noite nos salões, mas fez o frio necessário para nos colocar um cachecol no pescoço e uma coriza básica no nariz já vermelho, como estaria lá.

Alguns dirão: porque não Francês? Inglês? Sueco?
E eu respondo: por que a Rússia é um país com uma das menores densidades demográficas do mundo e São Paulo se fez, além de fria, deserta.

Além disso, a Rússia é conhecida mundialmente pela Revolução Socialista e nessa época, por aqui, está cheio de meio socialista... meio revolucionário... meio intelectual... meio defensor da cultura popular... tem fantasia pra todo gosto.

Pra terminar... a Rússia é conhecida pela decadência do seu modelo, por não se parecer mais com o que era. E se tem uma coisa que São Paulo não parece no meio do feriadão, é com São Paulo.