Comecei a me sentir incoerente... então senti necessidade de por tudo o que estava dentro pra fora, pra olhar de longe e tentar entender como funciona...

quinta-feira, 22 de março de 2012

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Inclusão não é tratar o diferente como igual.
Inclusão é aceitar que todos são (e tem o direito de serem) diferentes.
É colocar no mesmo patamar o deficiente físico, o intelectual, o superdotado, o que tem dificuldade de atenção, o que presta tanta atenção que nem ouve quando falam com ele, o que só gosta de desenhar, o que só para pra fazer qualquer coisa depois de correr muito, o que não tem pai, o que não tem mãe, o que não tem vó, o que não tem tio, o que tem uma família exemplar, o que só quer saber de história em quadrinhos, o que só pensa em ciências, o que só pensa no sexo oposto, o que só pensa no próprio sexo, o que não pode ver um gatinho que quer levar pra casa, o que não gosta de gatos, o que se recusa a tomar leite, o que passa o dia na TV, o que não gosta de TV, ou de chocolate, ou de futebol.
Inclusão não é colocar todos na caixinha da grade escolar. É dar espaço e criar estrutura pra que cada um expresse a sua diferença, descubra suas qualidades e as explore, descubra seus defeitos, os aceite e encontre meios de lidar com eles.
Inclusão é entender que a normalidade não existe. Que não há padrão. Há o indivíduo, a biologia e a cultura. E que se a gente tem a ilusão de que quase todo mundo tem muitas coisas em comum e só alguns destoam é porque quase todo mundo se esforça bastante pra esconder o seu melhor e o seu pior. O mundo é como uma colcha cinza de minúsculos retalhos, onde nenhum retalho é cinza. Tem que olhar de pertinho pra ver as cores.

(agora, como a gente faz isso com 30 crianças por vez... se alguém souber me conta.)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Apendicectomia

Terça-feira, 8 de março de 2012.

4 dias depois eu finalmente desisto. 6a série com dor não dá pra encarar!
Chego ao hospital as 8h15. Entro no consultório as 8h40. Vejo estrelas às 8h45.
"dói. aí dói. é estranho... dói quando solta..."
9h20: exame de sangue e urina.
"Hummm to com fome... mas vai que precisa de jejum pra algum exame... vou só tomar água."
10h: 6 copos de água e ultrassom.
12h20: o exame de sangue ficou pronto, volto ao consultório: pode ser apendicite.
12h40: Tomografia... ops.. precisa 4h de jejum. "Beleza, tomei café as 7h. Quê? jejum de água também? Xiii...
14h: Agora sim, tomografia. Ou melhor... preparo para...
15h: Agora você continua em jejum até sair o resultado...
16h40: Apendicite.

Fui internada no mesmo dia (finalmente ganhei um sorinho!)
Operei no dia seguinte. Dei vexame... vomitei na sala de recuperação... 4 vezes.
Na quinta, dia da mulher, fui pra casa.
Lá pelo domingo, as dores começaram a melhorar...
Dia 16 tirei os pontos. Tudo OK, mas pra rir ainda dói, portanto, não façam piadas!!!

Preciso me lembrar de agradecer às 6as séries por me convencerem a ir ao médico.

domingo, 4 de março de 2012

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meu cabelo ama tua nuca e teus dedos do pé e tua orelha e...
meu seio ama teu glúteo e tuas mãos e joelhos e...
minhas panturrilhas amam teu peito, teus olhos, tuas narinas e...

toda eu amo cada pedacinho de você.

sexta-feira, 2 de março de 2012

do espaço para o outro

- Professora, eu vou na umbanda.
- E eu vou no candomblé!

Essa semana, pela primeira vez, uma aluna me disse isso com todas as letras. Uma não, vários, meninos e meninas. Foi como encontrar uma estrela, uma pedra preciosa.

Não o ser ela umbandista: a cidade de São Paulo tem um montão de terreiros e as escola públicas da cidade devem ter milhares de alunos umbandistas e candomblecistas.

Foi o sentir-se à vontade para dizer.