Comecei a me sentir incoerente... então senti necessidade de por tudo o que estava dentro pra fora, pra olhar de longe e tentar entender como funciona...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

E a minha orquídea deu cria.


Assim é a vida, não? Sempre surpreendendo...

Acontece que uns meses atrás... quase um ano talvez... fiquei sabendo que eu devia podar minha orquídea. Estava lá, no site de "como cuidar de plantas". Diziam que depois de florir, tinha que cortar a haste das flores, pra que a planta não desperdiçasse energia sustentando aquela parte morta.

Devo admitir que a mim pareceu de extrema crueldade esse ato de cortar da planta justo aquela parte que pouco antes me dera flores e que de morta não tinha nada posto que da raiz ainda exigia forças.

Como todo ato cruel que a vida me exige as vezes, protelei por meses. Só me rendi ao olhar as hastes vazias de antigas flores e contar nelas os anos da planta - ok. toda primavera ela dispensa o antigo e cria mais um.

Cortei então as ditas partes, mas inconformada de tanta falta de agradecimento, finquei-as num vaso próximo e continuei molhando.

A planta, coitada, sentida do abandono, perdeu quase todas as folhas, mas ainda floriu no outubro passado nos dois vasos: na haste nova de 2010 e numa das antigas, fincada em terra imprópria e sem raiz, como que num último esforço em me dizer que eu tinha razão, que ela estava viva.

Passada a floração, me perguntei do futuro e deixei as dúvidas no ar. Apenas mantive a rega semanal nos dois vasos, mais por hábito que por cuidado. E esperei.

Finda a correria de fim de ano e já depois do natal minha mãe repara: a orquídea está brotando.

Pois foi.

Passado o susto, a planta reconheceu as novas forças e me devolveu quatro brotos. Não um, mas quatro. Cada qual pronto a se tornar nova planta. Os pedaços no vaso ao lado, por sua vez, me devolveram o cuidado lançando dois deles duas mudas novas, um deles uma.

Apenas um resta que não soltou nada ainda. Talvez doente, talvez cansado, talvez ainda irritado com a mudança de endereço. Quiçá nada disso. Apenas embevecido com a beleza dos sobrinhos, distraído apreciando as surpresas que a natureza nos faz.