Comecei a me sentir incoerente... então senti necessidade de por tudo o que estava dentro pra fora, pra olhar de longe e tentar entender como funciona...

quinta-feira, 14 de março de 2013

Preconceito

Preconceito
Pré-conceito
Pré-ideia
Ideia Prévia.
Uma ideia na qual você acredita antes de ter condições de avaliar.

Se um homem de qualquer cor, digamos... verde... Se um homem verde vê um homem negro e diz: "você é negro", não há preconceito. Ele viu o outro homem, viu sua pele e observou sua cor e, então, disse que cor era.

Se o mesmo homem verde vê um homem negro e diz "Seu negro fedido" há, aí sim, preconceito. O homem verde, nesse caso, fez mais que constatar a cor da pele do outro. Ele atribuiu ao outro uma segunda característica, pautada numa ideia que ele já tinha antes de ver o outro. Essa ideia prévia é: "Todos os negros são fedidos".

É obvio que é possível que "todos os negros o sejam fedidos", como acredita o homem verde, mas a questão é: O homem verde não sabe. Para sabê-lo, seria necessário cheirar todos os negros do mundo, e isso depois de estabelecer um critério claro e transparente que determinasse "O que é ser fedido."

É claro que todos temos preconceitos. Todos conhecemos muito pouco do mundo e temos idéias sobre quase tudo - basta entrar numa rede social para perceber. Bem, com muitas idéias e pouco conhecimento a questão passa a ser quase matemática: boa parte das nossas idéias não estão pautadas em nosso conhecimento do mundo, são achismos, são preconceitos. Nesse caso, o que fazer?

Minha sugestão é: mantenha a mente aberta. Um homem verde de mente aberta se aproximaria do negro e, se este fosse cheiroso, pensaria "Eu achava que todos eram fedidos, mas este é cheiroso, logo, eu estava errado" enquanto um homem verde de mente fechada pensaria "Nem vou chegar perto porque ele é fedido" e, se chegasse, insistiria: "Ele deve usar um perfume muito forte, que neutraliza seu cheiro" ou "ele é uma exceção". Eu acredito que seja este o caminho: reavaliar nossos pré-conceitos a cada novo conhecimento.

Parece fácil? Hummm... então vamos deixar o homem verde e o homem negro de lado e ouvir uma história minha: Eu fiz capoeira, conheci grandes mestres, fiz cursos de danças populares e já aprendi, faz tempo, que conhecimento nada tem a ver com formação e que tem muito sábio por aí cheio de erros de concordância. E tudo isso adianta o quê? Adianta nada. Quando começo a ler um texto com erros de português me pego logo desconsiderando o autor. Preciso ler duas vezes pra avaliar, pois na primeira classifico tudo como baboseira a partir da primeira falha. Exige uma concentração imensa a segunda leitura porque uma parte de mim grita que é só estudar que isso se resolve.

E resolve. O negro não pode deixar de ser negro, a mulher não pode deixar de ser mulher e o homossexual não pode deixar de ser homossexual. Se pudessem, creio que muitos deixariam, só pra não ter que enfrentar esse monte preconceito que tanto complica a nossa vida. O analfabeto, por outro lado, tem essa possibilidade, mas as vezes parece que ele não sabe.


Um comentário:

Sandra disse...

Adorei! É exatamente o que penso...