Permeava a minha infância o ter uma prima artista, poetisa. Palavras que eu, menina, não entendia mas mostrava aos colegas de classe como prova de uma origem mais nobre, de uma ascendência real.
Eu, na inocência desses anos primeiros, cria fervorosamente que ela era muito famosa por ter um livro publicado, e me orgulhava disso. Não entendia a pequenez de uma publicação ante o mar de obras que transbordam nas livrarias e menos ainda a grandiosidade desta escritora e seu lugar dentro desse mesmo universo.
Não, não convivi com ela. Pelo que sei, meu lado da família nunca o fez, exceto pela minha mãe, que a foi procurar já adulta.
Não, também não a conheci. Deixei pra um depois que não houve, talvez a grande e irremediavel bobagem da adolescência.
Aos acolhedores, profissionais ou não.
Há uma semana