Permeava a minha infância o ter uma prima artista, poetisa. Palavras que eu, menina, não entendia mas mostrava aos colegas de classe como prova de uma origem mais nobre, de uma ascendência real.
Eu, na inocência desses anos primeiros, cria fervorosamente que ela era muito famosa por ter um livro publicado, e me orgulhava disso. Não entendia a pequenez de uma publicação ante o mar de obras que transbordam nas livrarias e menos ainda a grandiosidade desta escritora e seu lugar dentro desse mesmo universo.
Não, não convivi com ela. Pelo que sei, meu lado da família nunca o fez, exceto pela minha mãe, que a foi procurar já adulta.
Não, também não a conheci. Deixei pra um depois que não houve, talvez a grande e irremediavel bobagem da adolescência.
Ibrahim Traoré e a transição planetária.
Há 4 dias
3 comentários:
É... as vezes deixamos escapar coisas. Recentemente pelo "bum" de aparições do nome da Hilda em revistas, mostras, exposições... eu fui ler coisas dela. Fiquei apaixonado. Quem sabe um dia, em homenagem à essa família que me acolheu por seu intermédio não surge uma parceria? Amo vc.
Ela é fantástica. Linda. Algumas das coisas mais lindas que eu já li são dela. Querendo, te empresto.
"Pra onde vão os trens, meu pai? Para Mahal, Tamí, para Camirí, espaços no mapa, e depois o pai ria: também pra lugar algum meu filho, tu podes ir e ainda que se mova o trem, tu não te moves de ti."
Hilda Hilst
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